Brasileiros fazem história na Elite, com Gustavo Xavier, Alex Malacarne e Ulan Galinski fechando a etapa no Top-12
A neozelandesa Samara Maxwell (Decathlon Ford Racing Team) e o francês Victor Koretzky subiram no lugar mais alto do pódio no XCO (cross country olímpico) da primeira etapa da WHOOP UCI Mountain Bike World Series 2025, disputada em Araxá-MG neste domingo (06/04), no Grande Hotel.
Gustavo Xavier (verde) em destaque na prova (Crédito: Marcelo Rypl/CiMTB)
O título da dupla sob o calor tropical de Minas Gerais foi merecido. Mas o que mexeu com a emoção do público brasileiro foi o desempenho memorável do trio brasileiro formado por Gustavo Xavier, Alex Malacarne (ambos da Specialized Racing BR) e Ulan Galinski (Caloi Henrique Avancini Racing). Pela primeira vez na história, três atletas brasileiros ficaram entre os 12 primeiros colocados. Os três cruzaram a linha de chegada praticamente juntos, para delírio dos milhares de torcedores que lotaram o Grande Hotel Termas de Araxá, garantindo a 10ª, a 11ª e a 12ª posições, respectivamente.
Ulan Galinski e Alex Malacarne (Crédito: Marcelo Rypl/CiMTB)
Xavier e Malacarne fecharam com o tempo de 1’20’’19, enquanto Galinski ficou um segundo atrás. Ainda entre os brasileiros, José Gabriel Marques ficou com em 31°, Luiz Cocuzzi em 57°, Sherman Trezza em 58°, Mario Couto em 61° e Nicolas Machado em 62°.
Na Elite feminina, Raiza Goulão foi a que teve a melhor classificação nesta primeira etapa da Copa do Mundo, com a 26ª posição. Na sequência, Karen Olímpio terminou em 30ª e Isabella Lacerda finalizou na 35ª.
A vitória de Koretzky
Uma corrida que durou 80 minutos foi efetivamente definida nos primeiros 5 minutos: foi o momento em que Koretzky e o norte-americano Christopher Blevins, seu companheiro de equipe, ultrapassaram o suíço multicampeão Nino Schurter (Scott-SRAM MTB Racing Team), logo na Red Bull Energy Zone na primeira volta.
Após dominar o XCC no sábado, a dupla da Specialized Factory Racing novamente deixou os concorrentes para lutar entre si pela vitória, em uma exibição excepcional de trabalho em equipe que funcionou perfeitamente por oito voltas.
Enquanto Kortezky e Blevins se revezavam na frente por mais de uma hora, o alemão Maximilian Brandl (Lapierre Racing Unity), o dinamarquêsSimon Andreassen (Orbea Fox Factory Racing Team) e o suíço Filippo Colombo (Scott-SRAM MTB Racing Team) se esforçaram para liderar um grupo perseguidor fragmentado. Mas tudo foi em vão quando o chileno Martin Vidaurre, da Specialized Factory Racing, quebrou o pelotão.
Faltando 3 voltas, o grupo de perseguição de 17 atletas mudou o foco: a luta agora era pelo terceiro lugar. Em seguida, Nino Schurter se juntou ao grupo completou sua impressionante recuperação de um problema inicial.
Quando a diferença chegou a um minuto, na penúltima volta, Koretzky decidiu que já era o suficiente e pisou fundo para deixar seu companheiro de equipe para trás, abrindo rapidamente nove segundos sobre Blevins e partindo para a vitória.
“Chris [Blevins] estava super forte no começo da corrida, com um ritmo super alto e foi difícil segui-lo. Então eu tive uma segunda vida no meio da corrida. Ainda tive um pneu furado nas duas últimas voltas, então foi complicado para mim na descida, coisas difíceis até o final, mas consegui terminar assim”, disse Koretzky.
“Acho que nós fomos companheiros de equipe o tempo todo; o objetivo era estar juntos até o último momento. Sozinho foi difícil fazer isso, mas com meu companheiro de equipe foi como um dia difícil de treinamento. É muito legal compartilhar isso com a equipe”, complementou.
Vidaurre acabou conquistando a terceira colocação, seguido do suíço Lars Forster e de Nino Schurter.
A vitória de Samara Maxwell
Depois que Samara Maxwell descreveu o segundo lugar no XCC de sábado como um "sonho que se tornou realidade", ela teve que se acostumar rapidamente com essa realidade de ser uma das principais concorrentes na Copa do Mundo de Mountain Bike. Afinal, neste domingo ela se destacou de um grupo líder repleto de estrelas e segurou uma perseguição sem descanso da suíça Nicole Koller para conquistar uma vitória histórica em Araxá.
Pódio da Elite Feminina no XCO (Crédito: Jonathas Abrantes/Ultrafotos)
Embora o ataque vencedor só tenha surgido na parte final da corrida, as principais protagonistas foram apresentadas logo no início, quando a sueca Jenny Rissveds estabeleceu um ritmo inicial alucinante em sua primeira corrida XCO pela Canyon CLLCTV XCO.
Ajudada pela suíça Jolanda Neff - também ansiosa para impressionar na nova equipe -, o grupo abriu frente nas primeiras voltas, quando a vencedora sempre pareceu ser uma provável vencedora do pelotão formado por Rissveds, Maxwell, a norte-americanda Savilia Blunk, a suíça Nicole Koller, a sul-africana Candice Lill, a suíça Alessandra Keller (Thömus Maxon) ou a canadense Jennifer Jackson (Orbea Fox Factory Team).
De todas elas, Jackson foi a mais surpreendente, pois sobreviveu a um momento de pura emoção na volta de abertura. Ela avaliou mal um pouso na Red Bull Energy Zone e desviou para a esquerda na multidão; de alguma forma, porém, retornou ao grupo da frente em questão de minutos, dizendo mais tarde que esperava que sua corrida não fosse lembrada apenas pelo susto.
Mais perto do fim, Samara Maxwell fez o que seria o ataque definitivo da corrida: ela aproveitou uma subida rochosa e, por mais que tentassem, Koller e Blunk não conseguiram conter a neozelandesa que brilhou para a vitória. Na entrevista pós vitória, ela lembrou que esse título nunca viria. Afinal, ela fez uma pausa na carreira para lidar com um distúrbio alimentar que reduz seus níveis de energia.
“Eu realmente não consigo acreditar, Jenny [Rissveds] estava tão forte no começo e eu estava no limite o tempo todo. Nas descidas, tenho trabalhado muito duro tecnicamente durante o verão nas minhas habilidades. Então era só uma questão de chegar à frente e eu simplesmente consegui”, explicou a campeã em Araxá.
Questionada sobre quando ela acreditava que venceria em Araxá, Maxwell respondeu: “Na linha de chegada. Sinceramente, eu não conseguia acreditar, eu só ficava dizendo a mim mesma ‘isso é para uma vitória na Copa do Mundo’”.
A neozelandesa ficou com o primeiro lugar, seguida pela suíça Nicole Koller e pela norte-americana Savilia Blunk.
Sub-23
Na Sub-23 Feminina, a canadense Isabella Holmgren ficou com o primeiro lugar, seguida pela compatriota Ella Macphee e pela italiana Valentina Corvi. No masculino, o suíço Finn Treudler foi o campeão, seguido por dois dinamarqueses: Heby Pedersen e Nikolaj Hougs.
Assim como no XCC (Short Track), duas brasileiras ficaram no top-20: Giuliana Morgen conquistou a 11ª posição, enquanto Luiza Cocuzzi foi a 17ª. Outras duas atletas do país estavam na disputa: Gabriela Ferolla fechou em 27ª e Carolina Ferreira ficou com a 29ª colocação.
O melhor brasileiro na Sub-23 Masculina foi Guilherme Galvão, com a 27ª posição. Na sequência entre os donos da casa vieram Eiki Leôncio (30°), Gustavo Roma (32°) e Vinicius Howe (35°). Rafael Beghelli não terminou a prova.
A rodada dupla da Copa do Mundo de MTB em Araxá será completada a partir da próxima quarta (09/04), quando começam os treinos livres. Na sexta (11/04) acontecem as provas de XCC (Short Track) e no sábado (12/04) as de XCO.
O Governo Federal por meio do Ministério do Esporte via Lei de Incentivo ao Esporte e o Governo Estadual por meio da Subsecretaria de Esportes da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (SUBESP) via Lei Estadual de Incentivo ao Esporte apresentam a Copa do Mundo de Mountain Bike em Minas Gerais. Com realização da Associação Mountain Bike BH e da Federação Mineira de Ciclismo, o evento possui patrocínio da CBMM, CODEMGE e CEMIG juntamente com o Governo de Minas Gerais.
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