Organização da CIMTB se posiciona após mais um atropelamento de ciclista em estradas do País
As
notícias de atropelamento de ciclistas, em ruas ou estradas por todo
nosso País, é sempre dolorosa para nós, principalmente para quem
trabalha há tantos anos com esse esporte tão apaixonante. Entra ano, sai
ano, e as coisas não mudam. Infelizmente, neste último domingo (28/05),
nos deparamos com mais um atropelamento.
Desta vez (ou melhor, mais uma vez), aconteceu praticamente na “porta de casa” da CIMTB. Nos dias 23 a 25 de junho Nova Lima (MG) receberá uma etapa da competição, de forma inédita. Porém, a menos de 30 dias para a realização do evento, recebemos essa notícia, de que um ciclista foi atropelado no acostamento da BR-040, em um trecho que faz parte do município nova-limense. Sua bicicleta ficou completamente destruída.
É triste. É revoltante. As notícias dão conta de que o ciclista, Magno Carvalho, sobreviveu e está internado, aparentemente, sem correr risco de morrer (Deus queira que ele fique bem). Mas, em uma rápida pesquisa, vemos que é a terceira vez que um ciclista é atropelado nesta estrada, nesta mesma região, nos últimos dois meses. Em um desses casos, o ciclista Eduardo Lobato faleceu logo após o acidente, no início do último mês de abril, quando foi atropelado por um motorista embriagado.
O outro caso foi do triatleta Thiago Barbosa. Ele treinava com um amigo quando foi atingido por um carro. Um jovem, de 18 anos, sem carteira de habilitação, dirigia o veículo que era de um primo. Ele fugiu do local do acidente e se apresentou à polícia depois. No último caso do domingo passado, apareceram vários vídeos do motorista que causou o acidente dirigindo perigosamente antes de cometer o atropelamento no acostamento.
O artigo 193 do CTB (Código de Trânsito Brasileiro), proíbe qualquer tipo de tráfego em acostamento. Com isso, a infração por andar nele é gravíssima, no valor de R$293,47 e gera sete pontos na CNH. Além disso, essa multa entra no fator multiplicador, ou seja, é multiplicada por três vezes do valor inicial, passando a custar R$880,41. Mas, a pergunta que aqui fica é: qual é o valor da vida de quem é atropelado?
O organizador da CIMTB, Rogério Bernardes, sempre diz que temos ótimas leis e basta que as pessoas as sigam. Temos, no entanto, uma questão cultural na maior parte do nosso país, de que uma minoria de motoristas inconsequentes cometem infrações constantes, sejam leves ou gravíssimas, sem ter o menor respeito pelas vidas das pessoas.
Fato é que, como já dissemos anteriormente aqui, trafegar pelo acostamento é proibido e pelo CTB é uma infração gravíssima. Quem assume este risco, muitas vezes acaba atropelando ciclistas ou pedestres que estão ali apenas usando a via para se locomover ou treinar, transformando a vida das vítimas e de seus familiares e amigos. Usando seu direito de uso da rodovia sem trazer insegurança para ninguém. Nova Lima é um dos berços do ciclismo no País. Não queremos que deixe de ser, e exigimos segurança para os nossos ciclistas.
História da CIMTB
A organização da CIMTB realizou sua primeira prova em 1996. Desde então, vem inovando e contribuindo ativamente para o crescimento e fortalecimento do mountain bike e o mercado de bicicletas no Brasil. Contando pontos para o ranking mundial da União Ciclística Internacional (UCI) desde 2004, a CIMTB tem sido seletiva para os Jogos Olímpicos nos ciclos de Pequim 2008, Londres 2012, Rio 2016, Tóquio 2020 e Paris 2024. Em 2022, a CIMTB aumentou ainda mais sua relevância internacional, com a realização da etapa de abertura da Copa do Mundo Mercedes-Benz de Mountain Bike 2022, em Petrópolis. Além disso, foi responsável pela construção da pista de mountain bike dos Jogos Olímpicos Rio 2016, considerada uma das melhores da história dos Jogos desde 1996, primeiro ano do MTB em Olimpíadas.
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