segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Venda de bicicletas tem queda de 35% em 2022, em comparação com 2021


Segundo dados exclusivos da Aliança Bike, saturação de mercado e cenário econômico levaram vendas para patamar do período pré-pandemia


“Em 2020, os lojistas que tinham bicicletas venderam bem, já que na pandemia a bike tornou-se uma opção de exercício ao ar livre, gerando uma explosão de consumo. Chegando em 2021, a falta de componentes gerou atrasos nas linhas de produção, e por isso vendemos menos do que poderíamos. Além disso, muita gente que comprou bike no ano anterior, mas não se manteve no esporte, acabou colocando o equipamento para vender por conta própria, e isso dificultou o trabalho dos lojistas", explicou Adriana Costa, proprietária da Sports Indaia Bike Shop, loja de Indaiatuba, São Paulo, que já está no mercado há 12 anos. 

 

“Já 2022 não foi ruim, mas também não dá para considerar um ano bom. Muitos eventos tiraram a atenção, como a Copa do Mundo e as eleições. Imagino que 2023 será um ano desafiador. Em minha loja não faremos grandes compras para não nos endividarmos", complementou. 

 

Importação de bicicletas e componentes também sofre retração

 

Os dados de importação de bicicletas e componentes, seja para o varejo ou para linhas de montagem, corroboram os números fornecidos pelos lojistas, reforçando o cenário atual de queda de vendas.

  

Bicicletas inteiras, por exemplo, sofreram uma redução de 53% entre 2021 e 2022. Além disso, a quantidade de quadros e garfos importados caiu em 44,6%, representando uma retração de 21,7% no total do valor importado para estes componentes. 

 

As importações de outros componentes presentes em todas as bikes, como as pedivelas e coroas, também sofreram uma queda de 33,8% na quantidade importada, e de 21.1% no valor.

 

Contexto do mercado nos últimos anos

 

Em 2020, o mercado de bicicletas no Brasil foi fortemente afetado pela pandemia de coronavírus. Em março, por exemplo, o faturamento das lojas no setor caiu até 70%, devido, inclusive, ao fechamento de fábricas na Ásia. 

 

No entanto, em maio de 2020, seguindo uma tendência mundial de aumento nas vendas de bicicletas, o Brasil começou a responder positivamente e, no final do ano, o mercado de bicicletas registrou uma média de 50% de aumento nas vendas em comparação com 2019, com pico de vendas no mês de julho de 2020 (118%). 

 

Durante o primeiro semestre de 2021, o aumento nas vendas foi de 34,17% em comparação com o mesmo período de 2020, porém o segundo semestre de 2021 foi de retração no consumo, já indicando o que viria em 2022. 


Estimativas de vendas no comércio varejista de bicicletas*



·       2018: 4 a 4,5 milhões de unidades 

·       2019: 4 a 4,5 milhões de unidades 

·       2020: 6 milhões de unidades 

·       2021: 5,8 milhões de unidades 

·       2022: 3,77 milhões de unidades

 

*Baseado no monitoramento da Aliança Bike com lojistas e nos dados de produção, montagem e importação de bicicletas e componentes. A estimativa contempla bicicletas novas e usadas

Sobre a Aliança Bike - Associação Brasileira do Setor de Bicicletas

Criada em 2003 e formalizada em 2009, a Aliança Bike tem em seu escopo de atuação a defesa do setor e da economia da bicicleta no país, sempre visando o interesse coletivo. A Entidade é formada por mais de 170 empresas e organizações associadas, abrangendo fabricantes, distribuidores, importadores e grandes varejistas, espalhados por mais de 20 Estados.

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