O ciclismo brasileiro brilhou na Europa. Após sete dias de prova, 20 das mais famosas montanhas dos Alpes (21 mil metros de ganho positivo de elevação) e 800 km, Pippo Garnero foi o campeão do Haute Route Alps, a mais antiga etapa da série de eventos de ciclismo de estrada para atletas amadores de maior prestígio no mundo. A competição largou em Megève, no dia 22, e terminou no último sábado, 29, em Nice, e Pippo, que foi campeão nacional em 2014, sobrou no evento.
Ele venceu seis dos sete estágios programados, totalizando 17h39min16seg, seguido pelo francês Loic Ruffaut, 17h41min34seg, e pelo norte-americano Daniel Lincoln, 19h30min45seg. Ao todo, o Haute Route Alps, em sua décima edição, reuniu 450 ciclistas, sendo oito brasileiros.
A mais tradicional prova do Haute Route, o Haute Route Alps, que teve de ser adiado no ano passado em razão da pandemia da Covid-19, pode finalmente comemorar sua décima edição. Trata-se de um evento reconhecidamente bastante difícil e exigente, com trechos comuns com vários percursos do Tour de France, e que obriga dedicação e foco total àqueles que querem chegar ao topo do pódio.
O brasileiro destacou os desafios da prova e os seus próprios. “Foi uma prova dura, tensa e especialmente desafiadora. Eu tive Covid há seis semanas, não consegui treinar direito e até duvidei que poderia participar. Porém, com o incentivo do meu treinador, que sempre disse que chegaria ao meu melhor momento justamente no meio do evento, decidi seguir com o planejado. E foi isso que aconteceu. Apesar de começar com uma vitória e um segundo lugar, foi somente a partir da terceira etapa (rainha) que me senti confiante. Saí da defensiva do começo para atacar e, depois que venci na crono escalada, consegui manter o ritmo até o final. Estou cansado, mas muito feliz”, explica.
Esta foi a segunda participação do Pippo no Haute Route Alps. Ao contrário da primeira, que foi para se divertir, nesta ele veio focado. “Esse é um dos diferenciais do evento, pois permite várias experiências distintas, como a participação para estar com os amigos, passando por lugares incríveis, ou a de pensar somente na competição e na performance. Mesmo sendo uma prova para amadores, a estrutura montada se equipara a provas como o Tour de France. Além disso, há uma união muito grande entre todos os participantes, o que torna o Haute Route ainda mais apaixonante. E é essa experiência, mesmo que com menos número de etapas, que poderemos viver também no Brasil”, destaca.
Pippo Garnero agora competirá em mais uma prova nos Alpes, retornando depois ao país para outras competições. “Temos umas quatro provas programadas e depois fechamos a temporada”, completa o campeão.
Desempenho do campeão:
Estágio 1 - Megève – Megève – 112 km (+3120m) – 1º - 2h45min29seg
Estágio 2 – Megève – Tignes – 109 km (+3593m) – 2º - 3h06min05seg
Estágio 3 – Tignes – Sarenne – 182 km (+4943m) – 1º - 5h11min32seg
Estágio 4 - Contrarrelógio – Alpe D’Huez - 15km (+1137m) – 1º - 43min51seg
Estágio 5 – Alpe D’’Huez – Granon -86 km (+3071m) – 1º - 2h13mn01seg
Estágio 6 – Serre Chevalier – Auron – 140 km (+3740m) – 1º - 3h39min18seg
Estágio 7 – Auron-Nice – 148 km (+3312m) – 1º - 3h11min05seg
Mais informações no site www.hauteroute.org
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