Revista traz um compilado inédito de informações comerciais com dados de bases governamentais sobre importação, exportação e distribuição de bicicletas e componentes
O mercado brasileiro de bicicletas e componentes tem uma balança comercial que pende fortemente para o lado da importação: no total de recursos envolvidos, foram 98% representando importações e 2% representando as exportações no primeiro semestre de 2020. Em valores (US$), a importação de componentes representa 90% de tudo o que vem para o Brasil: foram 88 milhões de dólares com produtos trazidos para o Brasil, enquanto o valor de venda ao exterior foi de 1,7 milhão de dólares. É isso o que aponta a Revista Importação, Exportação e Distribuição de Bicicletas e Componentes, lançada nesta semana e desenvolvida com base em pesquisas de dados governamentais.
Desenvolvida por Aliança Bike e Labmob/UFRJ, e contando com apoio do Itaú, o levantamento traz uma radiografia do setor na economia brasileira, dissecando em 60 páginas as informações referentes às transações de comércio exterior do segmento no país.
A tendência apresentada no primeiro semestre deste ano segue o que ocorreu no ano passado. Em 2019, o Brasil importou 285 milhões de dólares em bicicletas e componentes, enquanto a exportação ficou na casa dos 5,5 milhões.
A Revista Importação, Exportação e Distribuição de Bicicletas e Componentes é a segunda publicação da coletânea Mercado de Bicicletas no Brasil. A primeira edição foi o Caderno Técnico de Bicicletas Elétricas, lançado em setembro, e terá ainda outras duas edições: Produção e Montagem e Comércio Varejista, sempre contando com a Aliança Bike e o Labmob/UFRJ como coordenadores e o Itaú como apoiador.
Na revista, constam informações sobre:
- dados atualizados de importações e exportações de bicicletas e componentes no Brasil;
- contribuição do segmento para a economia nacional;
- estudos de caso sobre três diferentes modelos de negócio;
- análise inédita sobre dados da Comex Stat e Siscori (Receita Federal);
- tendências com base no histórico de importação e exportação.
A Revista Importação, Exportação e Distribuição de Bicicletas e Componentes pode ser baixada clicando neste link.
"A Revista é fruto de um trabalho de pesquisa muito detalhado a partir de dados que são públicos, porém complicados de serem tratados e analisados. Desta maneira, é a primeira vez que um material técnico reúne essa quantidade de informações sobre o comércio exterior do setor de bicicletas, para ser publicado. Para um país que quer se introduzir em uma economia de mercado global, é muito importante entender de maneira mais aprofundada as características do nosso setor, até para definir os caminhos que devemos seguir”, explica Giancarlo Clini, presidente da Aliança Bike.
Confira abaixo outros dados relevantes desta edição da revista.
Aumento nas importações de componentes e queda nas bicicletas inteiras
O histórico das importações no Brasil é ascendente no país, puxado especialmente pela importação de componentes. Em 2009, o valor de itens importados para o Brasil ficava na casa dos 90 milhões de dólares; 10 anos depois este número ultrapassou a marca dos 280 milhões de dólares.
Apesar deste aumento, os últimos anos apresentam uma queda no volume de bicicletas importadas para o país, que encolheram de 370 mil unidades em 2011 para 77 mil unidades em 2019. O valor por bicicleta, contudo, cresceu 600% no período.
Uma das possíveis explicações para a queda no volume de bicicletas importadas foi a alteração na alíquota de imposto sobre bicicletas importadas: desde 2011, o item entrou para a Letec (Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum) da Secretaria Executiva de Comércio Exterior. A partir daí, o imposto de importação subiu de 20% para 35% para bicicletas importadas.
De toda a importação de componentes, 98% vem da Ásia, com destaque para a China, Taiwan e Indonésia. Os estados brasileiros com os maiores valores na operação de importação de componentes são o Amazonas (31%), Espírito Santo (24%) e Santa Catarina (22%). Os portos de entrada destes componentes são o Porto de São Francisco do Sul (SC), com 27% do total; o Porto de Itaguaí (RJ), com 26% do total; o Porto de Santos (SP), com 16%; e o Porto de Itajaí (SC), com 15%.
Já bicicletas inteiras, os estados de Santa Catarina, São Paulo e Espírito Santo se destacam respondendo por 75% do valor total nestas operações.
Agenda de exportações ainda muito tímida
Um dos dados que fica claro com o levantamento realizado para a Revista é a queda no volume de exportações ao longo dos anos. A venda de bicicletas e componentes brasileiros para o exterior vem caindo vertiginosamente: em 2009, o valor total flutuava entre 6 e 8 milhões de dólares; em 2018, este número caiu para menos da metade, chegando a 3 milhões de dólares.
Para entender um pouco melhor o que este volume representa hoje para o Brasil, as exportações relacionadas à indústria de bicicletas representam apenas 0,002% do total de exportações realizadas pelo país.
Mesmo assim, o país tem potencial exportador no setor: do período 2010-2014 para o período 2015- 2019, o volume de bicicletas exportadas teve um aumento de 476% em dólares, passando de pouco mais de 1 milhão para quase 7 milhões. Em 2019, o Brasil exportou 22,2 mil bicicletas e os destinos são justamente os países vizinhos: 97% para países sulamericanos, com destaque para o Paraguai, a Argentina, Chile e Bolívia.
A terceira edição da coletânea Mercado de Bicicletas no Brasil, sobre o comércio varejista, deverá ser lançada ainda no final deste ano.
Sobre a Aliança Bike
Criada em 2003 e formalizada em 2009, a Aliança Bike tem como missão principal fortalecer a economia da bicicleta, além de trabalhar para que mais pessoas pedalem no Brasil. A entidade atua em diversas frentes de trabalho para atingir os objetivos. Conta com mais de 90 associados entre fabricantes, montadores, importadores, distribuidores e lojistas.
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