Ivanir deixou
o pedal após fraturar a coluna em um acidente doméstico. Ele está
inscrito na categoria Dupla Over 81 para etapa de Congonhas
A CIMTB Levorin conta pontos para o ranking mundial, da União Ciclística Internacional (UCI), fazendo parte do ciclo Olímpico Tóquio 2020, ranking Brasileiro e Mineiro.
Copa Internacional de Mountain Bike comemora a 23ª Edição em 2018. O evento tem patrocínio da Levorin, o pneu oficial da competição, e Co-Patrocinio da Sense Bike e Audax.
Acompanhe tudo de um dos principais eventos do mountain bike mundial pelas redes sociais. Lá você encontrará fotos e vídeos dos atletas e das provas.
Voltar às pistas de mountain bike
para Ivanir Teixeira, o Milk Boy, é trazer uma parcela importante da
história do Mountain Bike brasileiro de volta. Aos 46 anos, Ivanir irá
reestrear nos pedais em Congonhas após quase nove anos sem competir
devido a um acidente. Com uma Olimpíada e diversos mundiais no
currículo, o Milk-Boy pedalará na categoria Dupla Over-81 ao lado do
amigo e apoiador Alexandre Soro, no domingo (25). O evento acontece
entre os dias 24 e 25 de novembro e está com as inscrições abertas.
Em
entrevista, Milk Boy contou que um acidente doméstico o fez deixar os
pedais no final de 2009. “Estava fazendo uma varanda no sítio da minha
mãe, a madeira quebrou e cai em pé de um telhado de cerca de três
metros. Fraturei a coluna, o médico mesmo chegou a falar que eu usaria
cadeira de rodas e pensei que nunca mais subiria em uma bicicleta”,
contou.
Não pedalar mais seria algo forte para o
Milk-Boy, que teve a infância em cima da bike. Filho de fazendeiros
criadores de gado de leite, Ivanir entregava o leite, que gerava a renda
da família, de bicicleta ainda quando tinha cerca de 12 anos. Sem saber
que tanto o leite quanto a bicicleta jamais o deixaria de lado.
“Eu entregava leite nas vilas das
universidade e fui pegando o jeito com a bicicleta.
As pessoas começaram
a me chamar de leiteiro e um dia, um patrão meu me chamou de Milk boy e
o apelido pegou. Porém, o mountain bike entrou na minha vida quando eu
fui para o Exército. Eu queria servir ao Exército para deixar o serviço
da roça. Quando fui fazer o teste de corrida, o Sargento me disse que eu
tinha perfil para esporte. Assim, comecei a usar a bicicleta do meu
irmão, até que surgiu uma competição e eu fiquei em segundo lugar em
92”, lembrou.
A primeiro prova válida pela Federação foi no
mesmo ano, o Campeonato Mineiro. Milk Boy ganhou a competição porém,
sem ser federado, não pôde receber o prêmio. Mesmo assim, o resultado
chamou a atenção do chefe da equipe do primeiro colocado. Eduardo
Profeto o convidou para compor a equipe no ano seguinte.
“Tudo
aconteceu naturalmente. Em 93, estava no Campeonato Carioca no qual
tinha uma etapa em Juiz de Fora e o Eduardo não conseguiu chegar a
tempo. Um chefe da equipe da KHS ofereceu para que eu pudesse aquecer em
uma das bikes dele, e eu aceitei. Quando o Eduardo chegou eu já estava
alinhado com uma KHS e corri com ela mesma. Assim, eu entrei para a
equipe KHS”, contou.
Depois disso, a história do Milk Boy foi
tomando novos rumos. Ele saiu de Minas Gerais, mudou-se para o Rio de
Janeiro. Correu o Campeonato Interestadual, o Paulista, foi campeão em
quatro etapas do Campeonato Brasileiro de Cross Country, correu o
Campeonato Latino Americano e ainda assim, ainda não tinha passado pela
cabeça dele uma Olímpiada.
“Na época, o Ravelli sempre ganhava o geral
do Brasileiro e eu era vice. Fomos competindo até chegar no mundial da
Alemanha, que seria seletivo para Atlanta 1996. Foram duas vagas para o
Brasil nos Jogos Olímpicos e fomos eu e Ravelli”, lembrou.
De entrega de leite de bicicleta à atleta
Olímpico. Para Ivanir, a ficha só caiu quando se alinhou para largar em
Atlanta. “Aquilo era um sonho. Até a gente estar lá, a gente não
acredita. O trabalho é duro, a rotina de treino é pesada e eu vivia pela
bicicleta. Se não estava em cima dela, estava treinando e me alimentado
para estar em cima dela com uma performance melhor. Os Jogos Olímpicos é
algo de outro mundo. Lá, estão os melhores e cada um representando o
seu país. E naquela época, o mtb brasileiro não era forte como é hoje,
era um esporte ainda longe da população”, disse.
É
com esta bagagem que Ivanir Teixeira, o Milk Boy vai subir na bicicleta
na última etapa da CIMTB Levorin, em Congonhas. Uma criança que
entregava o leite em cima de uma bicicleta para os pais chegou a
representar o Brasil no mountain bike nos Jogos Olímpicos de 1996 e
pensou que nunca mais subiria em cima de bicicleta. “Está parecendo que
estou indo para a minha primeira prova. Estou ansioso mas quero viver
essa adrenalina de pedalar de novo. Acima de tudo, minha maior
satisfação é estar pedalando, estar em cima de uma bicicleta”,
finalizou.
Ivanir deixou o trabalho do campo, mas continua trabalhando em uma empresa de laticínios e voltou a treinar o mountain bike.
CIMTB Levorin 2018A CIMTB Levorin conta pontos para o ranking mundial, da União Ciclística Internacional (UCI), fazendo parte do ciclo Olímpico Tóquio 2020, ranking Brasileiro e Mineiro.
Copa Internacional de Mountain Bike comemora a 23ª Edição em 2018. O evento tem patrocínio da Levorin, o pneu oficial da competição, e Co-Patrocinio da Sense Bike e Audax.
Acompanhe tudo de um dos principais eventos do mountain bike mundial pelas redes sociais. Lá você encontrará fotos e vídeos dos atletas e das provas.