sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Lance Armstrong rompe o silêncio

Foto: AP Photo/Peter Dejong
Depois de perder seus sete títulos da Volta da França e ser expulso do ciclismo profissional pelo resto da vida por se negar a refutar as acusações da Agência Antidoping dos Estados Unidos (USADA), Lance Armstrong, considerado o melhor ciclista de todos os tempos, será entrevistado pela apresentadora Oprah Winfrey. Pela primeira vez, Armstrong abordará o escândalo do doping e as acusações de fraude que agitaram o mundo do ciclismo durante a última década.

Nascido no Texas, Estados Unidos, em 18 de setembro de 1971, Lance Armstrong iniciou sua carreira esportiva aos 13 anos, vencendo o triatlon Iron Kids. Aos 16, já era triatleta profissional, e no último ano da escola secundária, estreou na equipe de ciclismo olímpico dos Estados Unidos em Colorado Springs, Colorado. Essa experiência marcou o início de sua carreira como ciclista profissional.
Conseguiu classificar-se para o Campeonato Mundial de Ciclismo Junior em Moscou, em 1989, e em 1991, venceu o Campeonato Nacional de Ciclismo dos Estados Unidos como amador.
Já como profissional, conquistou o Campeonato USPRO, venceu várias etapas da Volta da França e da Volta Du Pont, e conseguiu uma vaga na equipe de ciclismo olímpico dos Estados Unidos. Em 1996, chegou ao posto número 1 do ranking, competiu nas Olimpíadas de Atlanta na equipe norte-americana de ciclismo e assinou um contrato com a equipe Cofidis.
Em outubro de 1996, no auge da carreira profissional, Lance foi diagnosticado com um câncer testicular que mudaria sua vida para sempre.
A doença estava em um estágio muito avançado, com metástase nos pulmões e no cérebro. Orientado por especialistas, Armstrong foi submetido a uma intervenção cirúrgica e a um agressivo tratamento quimioterápico, recuperando- gradativamente da doença. Ele havia vencido a corrida mais importante de sua vida. Alguns meses depois do diagnóstico, o ciclista criou a Fundação Lance Armstrong (Livestrong) para ajudar outros doentes de câncer.
Recuperado da doença e sentindo-se mais forte que nunca, Armstrong decidiu voltar ao ciclismo pela equipe US Postal. Mas durante a temporada de 1998, enquanto participava de uma prova entre Paris e Nice, acabou saindo da pista e decidiu abandonar o esporte. Muitos acreditavam que sua carreira como ciclista havia terminado. Estavam errados. Lance passou algum tempo na Carolina do Norte com seu amigo e treinador, Chris Carmichael, e quando retornou, venceu a corrida da Fundação Lance Armstrong, realizada em Austin, Texas.
Nesse mesmo verão, continuou treinando para participar da Volta da Espanha; embora não tenha vencido nenhuma etapa, obteve bons resultados tanto nessa competição como nos Campeonatos Mundiais.
Em 1999, despontou como favorito da Volta da França e atendeu às expectativas vencendo o primeiro de seis torneios consecutivos. Em 2005, anunciou a aposentadoria depois de vencer a sétima Volta, e em 8 de setembro de 2008, comunicou seu retorno ao esporte, dizendo: “Depois de discutir com meu filho, minha família e meus amigos mais íntimos, estou feliz de anunciar que decidi voltar ao ciclismo profissional para chamar a atenção para a luta contra o câncer”.
A Associated Press o elegeu Melhor Atleta do Ano durante quatro anos consecutivos; de 2002 a 2005, recebeu o título de Melhor Atleta Masculino dos Prêmios ESPY 2003, 2004, 2005 e 2006, e em 2008, foi reconhecido pela revista Time como uma das cem pessoas mais influentes do mundo.
Armstrong era considerado um dos melhores atletas de todos os tempos, até ser declarado culpado pela Agência Antidoping dos Estados (USADA) Unidos por consumir substâncias proibidas.
O relatório da USADA detalha um programa sistemático de dopagem com a participação de seus colegas de equipe, alguns dos quais revelaram como eram submetidos ao doping sob a orientação do próprio Armstrong. Depois da divulgação do relatório, Armstrong perdeu imediatamente todo o apoio de seus patrocinadores. O programa de doping foi classificado pela USADA como “o mais sofisticado, profissional e bem-sucedido já visto no mundo do esporte”, e envolvia o uso de esteroides anabolizantes, transfusões de sangue e outros produtos.
Devido ao escândalo, Armstrong também decidiu renunciar ao cargo no conselho diretor da Fundação Livestrong.
Apesar de todo o desprestígio trazido pelo escândalo, o ex-ciclista recusou-se a rebater as acusações, enfatizando com insistência que as centenas de testes antidoping aos quais se submeteu eram prova de sua inocência ao longo da extraordinária sequência de vitórias na Volta da França. No entanto, sua carreira havia terminado da pior maneira possível.

Fonte: UOL