Pirata Campeão Tour 1998
Num quarto de hotel, afastado de tudo e todos, ostracizado pelas entidades oficiais do ciclismo, longe dos amigos, faz hoje oito anos que Pantani pôr termo à sua vida, com uma data de antidepressivos e ansiolíticos.
Foi no dia de S. Valentim, dia dos namorados , que Pantani se despediu da vida, para desespero de milhares e milhares de “tiffosi” e aficionados de todo o mundo.
Pantani era a simpatia em pessoa e um guerreiro em cima da bicicleta. Escalava montes e montanhas como poucos, um caso sério de popularidade. Tão grande que ainda hoje em dia, é recordado com saudade e tristeza.
A fisionomia de Pantani ( 1970, nasceu em Cesena-Itália)era por si só carismática : calvo, com uma pequena pera e os seus brincos, a que juntava o lenço na cabeça, foi meio caminho andado para o seu grande cognome : Il Pirata.
Valente, atacava nos momentos mais íngremes numa pedalada vigorosa e desconcertante, afirmando-se como o melhor escalador da sua geração. Um talento, um fora de série, um desalinhado, apenas um homem simples, amigo do seu amigo que tinha sempre uma palavra amiga para o adepto, para o adversário.
A depressão veio com a sua expulsão do Giro, que estava praticamente ganha, na penúltima etapa, em 1999. Ainda apareceu no ano seguinte, mas nunca mais foi o mesmo. Fechava-se em casa, recusava entrevistas e deprimiu, arrastando consigo a dependência de produtos perigosos.
Em Rimini, num modesto hotel, ironicamente chamado de La Rose, no dia dos namorados, o coração de Pantani não aguentou. O Pirata desaparecia e com ele um dos grandes nomes do ciclismo, daqueles que fazem a legenda da modalidade.
Uma grande perda para o ciclismo, sendo que nada foi provado contra ele, mas a imprensa e os cartolas fizeram a sua condenação por contra propria.
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