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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Ciclistas reclamam da falta de segurança para pedalar nas cidades

Na capital mineira, em 2009, nove foram atropelados e mortos,
Neste ano, até o dia 14 de julho, foram 170 esportistas acidentados.

Alex Araújo Do G1 MG
Ciclistas reclamam da insegurança para pedalar pelas vias de Belo Horizonte. E não é para menos. Em 2009, na capital mineira, de acordo com o Departamento Estadual de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG) e a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), nove pessoas morreram vítimas de atropelamento. O número de feridos é muito maior. Em 2010 foram 272 e, até o dia 14 de julho deste ano, 170, de acordo com a assessoria de imprensa do Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, maior centro de saúde em atendimento de casos de urgência e emergência em Minas.
Ciclovia na Avenida Risoleta Neves, Região Norte de BH, foi inaugurada no último dia 2. (Foto: Divulgação PBH.) 
Ciclovia na Av. Risoleta Neves, Norte de BH, foi inaugurada no dia 2 de julho. (Foto: Arte / Divulgação PBH)
Para o diretor da Liga Mineira de Ciclismo, Paulo Aquino, de 43 anos, que pedala há oito anos, as condições das ciclovias existentes não atendem às necessidades de quem opta pela bicicleta. “Lá em Venda Nova a pista está abandonada, cheia de buracos. É impossível pedalar”, exemplifica Aquino, referindo-se à ciclovia na Avenida Doutor Álvaro Camargos.
Ele também falou que as principais avenidas de Belo Horizonte como a Antônio Carlos, Cristiano Machado, Pedro II e Presidente Carlos Luz, conhecida como Catalão, não têm acesso para os ciclistas, o que limita a movimentação. Em contrapartida, na opinião dele, não há necessidade de uma ciclovia na Savassi.
Aquino reclamou também quanto à falta de sinalização. De acordo com ele, não há placas para avisar os motoristas da presença dos ciclistas, como é verificado na orla da Lagoa da Pampulha. Outra sugestão é com relação às campanhas de conscientização. Segundo ele, a PBH deveria dar mais informações aos motoristas para que eles respeitem os ciclistas.
‘Pedala BH’
O programa “Pedala BH”, desenvolvido pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) por meio da BHTrans, tem como iniciativa propor ações desde a definição e implantação de rotas cicloviárias e estacionamentos para bicicletas, até campanhas de educação e segurança no trânsito.
Para o ano de 2011, está prevista a implantação de aproximadamente 18 quilômetros de ciclovias, em seis rotas. Em BH existem, atualmente, de acordo com a PBH, 22 quilômetros de ciclovias. Onze deles ficam na Avenida Otacílio Negrão de Lima, na orla da Lagoa da Pampulha, entre a Igreja São Francisco e o Museu de Artes, que serão revitalizados.
Rota da Avenida Tereza Cristina, na Região Oeste de BH, será revitalizada. (Foto: Alex Araújo/G1)Rota da Avenida Tereza Cristina, na Região Oeste
de BH, será revitalizada. (Foto: Alex Araújo/G1)
Ainda de acordo com a PBH, os demais trechos são os da Avenida Tereza Cristina, próximo à Via Leste-Oeste; Avenida dos Andradas, com início na Avenida Silviano Brandão até a Avenida do Contorno; e nas avenidas Doutor Álvaro Camargo e Vilarinho, em Venda Nova, também serão reformados.
Mais ciclovias
A BHTrans disse que há mais de 33 quilômetros de ciclovias em fase de elaboração de projetos e outros 84 estão na etapa de seleção das empresas para a elaboração de projetos. O órgão ressaltou os benefícios do uso da bicicleta como transporte para a cidade e para os cidadãos.
No último dia 2, a primeira rota cicloviária do “Pedala BH” foi inaugurada na Avenida Risoleta Neves, que liga o local da Avenida Saramenha à Estação BHBus São Gabriel, na Região Norte, tem 2,2 quilômetros de extensão e 2,4 metros de largura.
Ciclovia na Avenida Américo Vespúcio, na Região Noroeste de BH, deve ser inaugurada em agosto. (Foto: alex)Ciclovia na Avenida Américo Vespúcio, na Região
Noroeste de BH, deve ser inaugurada em agosto.
(Foto: Alex Araújo/G1)
Implantada na calçada da Avenida Risoleta Neves (Via 240), a ciclovia opera em mão dupla e foi pintada de verde ao longo do trajeto e de vermelho nas interseções. O investimento do projeto foi de R$ 300 mil.

A Estação BHBus São Gabriel conta com um bicicletário no Setor Leste com vagas para 58 bicicletas.
Para o prefeito Marcio Lacerda “o programa terá um impacto importante na qualidade de vida das pessoas porque vai agir como um importante instrumento de transporte”.
Ferimentos graves
De acordo com o médico José Pacheco Júnior, ortopedista e traumatologista do Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, os acidentes que envolvem bicicletas e veículos motorizados são de alta energia, ou seja, com muito impacto. “O que pode causar politraumas e risco de morte iminente em decorrência do choque”, explicou.
Pacheco disse que em um acidente entre esses veículos, o maior prejudicado é o ciclista porque ele tem menos proteção e as chances de um trauma são sempre maiores.
O médico falou, ainda, que os ferimentos mais comuns são traumas no tórax e abdômen e fraturas nas pernas e tornozelo. “Como a massa corporal do ciclista é menor que a do carro, acontecem as mais variadas lesões nas vítimas. As bicicletas são mais leves o que permite empreender mais velocidade, o que contribui para que os ferimentos sejam mais graves”, comentou Pacheco.
PBH pretende fazer ciclovia na Avenida Bernardo Monteiro, na Região Centro-Sul de BH. (Foto: Divulgação PBH.)PBH pretende fazer ciclovia na Avenida Bernardo
Monteiro, na Região Centro-Sul de BH.
(Foto: Arte / Divulgação PBH)
Ciclovias do programa
• Rota Risoleta Neves - Inaugurada no dia 2 de julho de 2011.
• Rota Savassi - começa na Rua Professor Moraes, no cruzamento com a Rua Antônio de Albuquerque, segue pela Avenida Bernardo Monteiro, Avenida Carandaí, Rua Piauí e Avenida do Contorno, quando encontrará com a Ciclovia Andradas, próximo ao Centro de Especialidades Médicas. As obras da rota Savassi já estão em andamento.
• Rota Avenida Américo Vespúcio - entre avenidas Antônio Carlos e Carlos Luz. Deve ser inaugurada em agosto.
• Rota Norte - ligação da ciclovia da Avenida Vilarinho à futura Estação Pampulha.
• Rota Leste - liga a Região Leste à Savassi pela Avenida dos Andradas.
• Rota Estação Barreiro – será implantada.
Outros casos
Um ciclista de 51 anos morreu depois ser atropelado na madrugada deste sábado (23) em Uberlândia, na Região do Triângulo, em Minas Gerais. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o homem seguia pela Avenida Rondon Pacheco quando foi atingido por um veículo prata. A vítima sofreu politraumatismo e morreu no local. Testemunhas disseram aos miltares que o motorista abandonou o carro e fugiu sem prestar socorro.
Outra vítima de 37 anos morreu atropeladao na quinta-feira (21), em Montes Claros, no Norte de Minas Gerais. A Polícia Militar (PM) contou que o motorista suspeito do atropelamento apresentava sinais de embriaguez.
Bicicletas; lorenzetti (Foto: Leopoldo Godoy/G1)Antonio Bertolucci foi atropelado e morto na Zona
Oeste de São Paulo. (Foto: Leopoldo Godoy/G1)
No último dia 17, Rubens Vieira de Matos, de 53 anos, também foi morto na Via Expressa, no bairro Camargos, Região Noroeste de Belo Horizonte. De acordo com a PM, o condutor também estaria bêbado.
Um culto ecumênico às margens da Lagoa da Pampulha marcou, neste sábado (23), o sétimo dia da morte de Matos. Amigos e parentes aproveitaram para fazer uma manifestação em respeito à vida.
Em 13 de junho deste ano, em São Paulo, um motorista de 53 anos atropelou e matou o executivo da Lorenzetti Antonio Bertolucci, de 68 anos. O condutor disse à polícia que não viu o ciclista no momento em que fazia uma curva para pegar uma alça de acesso à Avenida Sumaré, em Perdizes, Zona Oeste da cidade.
Em Porto Alegre, no dia 25 de fevereiro, um motorista de 47 anos atropelou 20 ciclistas. O grupo fazia uma manifestação justamente por mais bicicletas nas ruas. Dos atropelados, 12 pessoas ficaram feridas. O condutor fugiu sem prestar socorro.

FONTE: GLOBO MINAS

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