quarta-feira, 20 de julho de 2011

Ciclistas se reúnem na Pampulha para protestar contra morte de colega que morreu atropelado


Ciclista se reuniram para cobrar mais segurança no trânsito para aqueles que trafegam sobre duas rodas na capital mineira

Pedaladas e música. Duas maneiras criativas que os belo-horizontinos encontraram para protestar contra a violência. Em frente à Igreja de São Francisco, na Lagoa da Pampulha, cerca de 200 ciclistas se reuniram na noite desta terça-feira para exigir medidas de segurança no trânsito e homenagear o colega de pedal Rubens Vieira Matos, o Rubão, de 53 anos, que morreu no domingo passado depois de ser atingido por um carro na Via Expressa, no Bairro Camargos, Região Noroeste da capital. Já no Bairro São Lucas, na Região Centro-Sul, dezenas de moradores apreciaram um concerto de piano executado na calçada com o intuito de alertar as autoridades sobre uma onda de assaltos que tomou conta do endereço nas últimas semanas.

Na orla da lagoa, a palavra de ordem era justiça e respeito. "A gente está pedindo mais segurança e conscientização. Queremos que as autoridades façam uma campanha que discuta o tema e que eduque todos os que fazem parte do trânsito", disse o presidente da Liga Mineira de Ciclistas, Demerson Furtado. Ele pedala em Belo Horizonte há 15 anos e avalia que está cada vez mais difícil se locomover sobre duas rodas pelas ruas da cidade. "Parece que os motoristas se esquecem que, quando descem do carro, também estão expostos", concluiu Furtado. Seis grupos de ciclistas, inclusive um de Lagoa Santa, na região metropolitana, estiveram presentes à manifestação. Depois de praticantes do esporte discursarem em tom de revolta contra os riscos que correm nas vias de BH, todos partiram para uma volta simbólica ao redor da Lagoa da Pampulha.

A filha de Rubão, Mariane Nunes Vieira Matos, de 17 anos, ainda abalada pela perda recente, exigia justiça. "Essa pessoa tem de pagar pela imprudência. Meu pai amava andar de bicicleta e considerava os colegas de pedal a segunda família. Ele morreu fazendo o que mais gostava e isso não pode ficar assim", desabafou a jovem. Mariane conta que pediu ao pai para não pedalar no dia em que morreu. O advogado da família, Ricardo Gil de Oliveira, que também é ciclista, adianta que atuará em duas linhas no processo sobre a morte do amigo. Na esfera criminal, procurará tipificar o acidente como homicídio qualificado e não como culposo, como consta no inquérito, segundo informou. Na esfera cível, entrará com ações por danos morais e materiais contra o motorista que bateu em Rubens.

De acordo com militares do Batalhão de Trânsito que atenderam a ocorrência, o ciclista trafegava na Via Expressa no sentido Contagem quando foi surpreendido por um Fiat Uno guiado por Rogério Valério de Jesus. Testemunhas informaram à polícia que depois de acertar Rubão o condutor não parou de acelerar e percorreu mais de 10 metros com a vítima em cima do capô. Há a suspeita de que o motorista estava embriagado, mas ele se recusou a fazer o teste do bafômetro. Rogério pagou fiança e está solto.

FONTE: UAI

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