Doping surpreende técnico de ciclistas suspensos

Técnico dos ciclistas Sidinei Silva e Carlos França, suspensos por doping, Hernandes Quadri Júnior demonstrou surpresa com o fato de dois atletas seus terem testado positivo para substãncias proibidas.

Além deles, Justino Borges Ribeiro e Mauricio Morandi também foram flagrados, mas este último foi absolvido. Com estes casos, o ciclismo brasileiro já soma oito atletas com resultados positivos em 2009. Os quatro primeiros foram Alex Diniz, Cleberson Weber, Alcides Vieira e Alex Arseno - todos por uso de EPO (eritropoietina).

"Os dois afirmaram que estavam limpos no dia do controle, mas nem sempre o atleta fala a verdade para o treinador. Sempre converso com os atletas sobre doping, mas é difícil controlar. Não estou com eles 24 horas por dia", disse Hernandes, afirmando que correu por mais de 20 anos (ele parou este ano) e nunca usou substâncias ilegais.

Segundo o treinador, no contrato assinado entre os ciclistas e a equipe Dataro, de Cordeirópolis (PR), há uma cláusula de que, em caso de doping, o contrato é rompido e o atleta demitido do clube.

Silva testou positivo para estanozolol na Volta do Rio, em agosto, e foi suspenso por dois anos. Justino, França e Morandi foram flagrados na Volta de São Paulo, em agosto. O primeiro foi punido com dois anos de suspensão por uso de EPO e o segundo por oito meses por uso de sibutramina. Pego com hydroxyethyl, Morandi foi absolvido.

Porém, para José Luiz Vasconcellos, presidente da Confederação Brasileira de Ciclismo, os casos não deverão sukar a imagem da modalidade no país. "Isso somente demonstra a seriedade com que tratamos a questão (do doping), o trabalho que estamos fazendo no combate a esse problema. Mas tenho certeza de que não teremos casos nos próximos anos", disse o dirigente, que foi além.

"Os ciclistas vão perceber que estamos de olho e ficarão inibidos. Então, os casos vão parar por um tempo. O doping no ciclismo tem ciclos. Agora acho que só teremos casos depois de 2012, ano da Olimpíada de Londres. Fui atleta por 17 anos e tenho esse feedback."

Ainda segundo Vasconcellos, muitos dos atletas que são pegos "resolvem arriscar" no doping. "Ele faz um exame e escapa. Aí, continua arriscando. Mas uma hora ele cai no doping. O que precisamos fazer é continuar conversando com os atletas nos congressos técnicos e eventos. No site da confederação temos a lista de substâncias proibidas. Todos têm a informação e são responsáveis por aquilo que tomam", encerrou.

FONTE; TERRA CICLISMO