sábado, 7 de novembro de 2009

Atletas não se defendem de doping

Sem comparecer a julgamento ou apresentar contraprova, quatro ciclistas – três deles do Paraná – são suspensos por dois anos de competições oficiais

Quatro ciclistas, três deles paranaenses, foram condenados ontem a dois anos de suspensão de qualquer competição nacional e internacional pelo uso de doping. O curitibano Alex Arse­­no, os cascavelenses Cléberson Weber e Alcides Vieira e o pernambucano Alex Diniz tiveram amostras positivas para a substância proibida eritropoietina (EPO). Nenhum deles compareceu ao julgamento realizado em Curitiba pela Comissão Disci­­plinar da Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC).

Suspensos preventivamente, os atletas seriam notificados ontem à tarde sobre o resultado. Eles não atenderam às ligações da reportagem para comentar a pena.

Cléberson Weber, Alcides Vieira e Alex Diniz, o campeão da prova, foram flagrados durante a Volta de Santa Catarina, em abril, e Alex Arseno durante a participação na Volta do Paraná, em junho. Os resultados foram divulgados simultaneamente.

“O anúncio demorou e serviu para evitar também que algum atleta tivesse amostras positivas nas duas provas, fosse julgado duas vezes e corresse o risco de dupla punição. A reincidência pode causar o banimento da modalidade”, comentou o coordenador técnico da CBC, Marco Antônio Barbosa, presente no julgamento.

“Eles foram notificados e a CBC ofereceu uma justa oitiva onde poderiam apresentar argumentos para a defesa, mas abriram mão disso. Nenhum requereu exame de contraprova. Defenderem-se ou não também é um direito”, disse o advogado Alexandre Quadros. Integrante da Comissão Discipli­­nar, ele presidiu a sessão no lugar do médico Eduardo De Rose, membro da Agência Mundial Antidoping (Wada, em inglês) que não compareceu. Também participou o procurador-geral do Su­­perior Tribunal de Justiça Des­­portiva (STJD) e diretor jurídico da CBC, Paulo Schmitt.

A eritropoetina (EPO) usada pelos atletas aumenta o número de glóbulos vermelhos no sangue, melhorando a troca de oxigênio e a resistência física. “A substância é grave e não comporta nenhum uso terapêutico”, avaliou Schmitt.

Além da suspensão, estão cancelados os resultados obtidos desde o flagrante. A sentença será encaminhada à União Ciclística Inter­­nacional (UCI), que pode de­­terminar alguma sanção à equipe Data­­ro, de Cordeirópolis (SP), à qual per­­tencem os três atletas pa­­ranaenses, pelo doping co­­letivo, algo inédito em julgamentos do ciclismo no país. No atletismo, seis atletas foram flagrados em agosto pelo uso de EPO.

A Federação Paranaense de Ciclismo lamentou o caso e espera que sirva como exemplo negativo para os outros ciclistas, principalmente os atletas mais jovens.

A CBC aguarda o comunicado de outros dois exames positivos coletados na Volta de São Paulo, em agosto. Nomes e nacionalidades dos atletas não foram anunciados pela UCI, responsável pelos controles.


FONTE; GAZETA DO POVO

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