sábado, 17 de janeiro de 2009

Presidentes de federações clamam por mudanças na CBC


Presidentes de federações clamam por mudanças na CBC
Dirigentes das entidades do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Espírito Santo, Amapá e de São Paulo reivindicam mudanças no comando do ciclismo nacional.
Cinco presidentes de federações de ciclismo do Brasil, que estiveram no último domingo (11), em Santos, acompanhando o 1º Mundialito de Ciclismo, estão descontentes com a postura da Confederação Brasileira de Ciclismo. Na opinião dos dirigentes, a entidade não incentiva o esporte e também não tem planejamento. De acordo com eles, esses são os dois principais fatores que atrapalham o desenvolvimento da modalidade no País.
"Precisamos urgentemente de uma mudança na postura da Confederação Brasileira de Ciclismo. Estamos a dois anos dos Jogos Pan-Americanos, a três dos Jogos Olímpicos e não existe planejamento ou proposta de planejamento", declarou o presidente da Federação do Mato Grosso do Sul de Ciclismo, Enio Oliveira. "O Brasil tem que ser referência nas Américas e isso não acontece por falta de planejamento. Até o momento, a atual direção que comanda o ciclismo brasileiro não fez nenhum trabalho de renovação de atletas ou buscou patrocínio para a entidade", acrescentou o dirigente, que assumiu a presidência da federação há dois anos. "No Estado, a modalidade que mais cresceu nos últimos dois anos foi o ciclismo. Fizemos um trabalho de base e já estamos colhendo os frutos. O uso da bicicleta é cultural", contou Oliveira.
Quem também reivindica apoio por parte da direção nacional do ciclismo brasileiro é o presidente da Federação do Mato Grosso de Ciclismo, Manoel Lima. "A CBC esqueceu da nossa região. Além disso, nos últimos oito anos, a entidade não realizou nenhum trabalho de base e também não ajudou quem quisesse realizar esse trabalho", afirmou Lima. "Faltam apoio e patrocínio a nível nacional. Tínhamos que ter apoio para realizar intercâmbios com outros estados", disse. "Mesmo sem apoio, estamos fazendo a nossa parte para oferecer melhores condições aos atletas do nosso Estado", completou.
Outro presidente que criticou a postura da CBC foi Fábio Marques Filho, que preside a Federação do Espírito Santo de Ciclismo desde abril de 2008. "O Brasil tem bons ciclistas, porém ainda falta planejamento e patrocínio por parte da direção da CBC. O ciclismo brasileiro está muito distante em relação aos outros países devido a essa falta de apoio", opinou o dirigente. "Quando assumi a federação, tínhamos dívida e estava tudo parado. Contávamos com apenas a boa vontade dos atletas. Em oito meses, fizemos um trabalho e resgatamos o esporte no Estado. Hoje, temos uma equipe profissional e de nível", contou.
Quem também reclama da falta de apoio é o presidente da Federação Amapaense de Ciclismo (FAC), Antonio Carlos Araújo. "Desde 2005, quando eu reassumi o cargo, não temos apoio da Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC). A entidade não tem nenhum plano para a região Norte", reclamou. "A CBC divulga um calendário e depois muda e não marca nova data. A Copa Norte está sempre no calendário, mas não é realizada há vários anos. A entidade não pode ficar apenas no discurso", afirmou o dirigente, que foi um dos criadores da Copa Norte de Ciclismo em 1998. "A nossa federação está promovendo cinco provas por ano válidas pelo ranking nacional, no entanto, não temos o apoio. Estamos lutando com a nossa própria força", emendou.
Um dos organizadores do 1º Mundialito de Ciclismo, José George Breve, que é presidente da Federação Paulista de Ciclismo (FPC), concordou com as reclamações feitas pelos outros presidentes. "Nos últimos oito anos o ciclismo brasileiro não evoluiu. Se dependêssemos somente da CBC, não tínhamos revelado nenhum atleta", declarou o dirigente. "Vale destacar que a CBC não tem um patrocinador nacional, o que não pode acontecer. Além disso, a entidade atropela as federações e não tem compromisso com o seu calendário", acrescentou ele, lembrando o Campeonato Brasileiro de Pista, que chegou a ser cancelado pelo segundo ano consecutivo, mas acabou sendo realizado no final da temporada passada. "O Campeonato Brasileiro de Pista só foi realizado no último ano devido à pressão das equipes e dos clubes. Caso contrário, não seria realizado novamente", completou.
Fonte: Federação Paulista de Ciclismo

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